sábado, 7 de maio de 2011

Cinema: Confira as estréias


'VELOZES E FURIOSOS 5 - OPERAÇÃO RIO'
(Fast five)
EUA, 2011 / Ação
Direção: Justin Lin
Elenco: Vin Diesel, Dwayne Johnson, Paul Walker.
Crítica: Mesmo cercado, o criminoso Dominic Toretto (Vin Diesel) explica para o seu captor americano que não se entregará: "Porque aqui é o Rio de Janeiro". A cena, que é acompanhada por gangues empunhando armas e a fuga do policial, pode ser uma síntese do que o espectador irá encontrar numa sessão de "Velozes e furiosos 5 - operação Rio".
Embora incomode a imagem de que cariocas andem por aí armados, prontos para um tiroteio, a cena concentra tudo o que se pode esperar de produções do gênero: diálogos simples, tensão permanente, violência explícita e virilidade robótica dos protagonistas.
Tudo sob medida para um tipo público masculino jovem, fissurado em filmes de ação e carrões velozes.


'COMO ARRASAR UM CORAÇÃO'
(L’arnacoeur)
França, 2010 / Comédia romântica
Direção: Pascal Chaumeil
Elenco: Romain Duris, Vanessa Paradis, Julie Ferrier.
Crítica: lex Lippi (Romain Duris) tem uma profissão inusitada - é uma espécie de interventor em romances que estão, de algum modo, prejudicando mulheres. Contratado por alguém ligado a elas, como seus pais, ele se insinua em seu cotidiano, fazendo um jogo de sedução que dura até o momento em que elas decidem romper seus respectivos relacionamentos em favor de Alex.
Lippi é o anti-herói por trás da comédia romântica francesa primeiro longa do diretor Pascal Chaumeil, ex-assistente de Luc Besson ("O quinto elemento") e Olivier Assayas ("Carlos"), que fez um enorme sucesso na França e já tem refilmagem norte-americana acertada. Partindo de uma ideia original de Laurent Zeitoun, um dos roteiristas, o filme é movimentado, passa-se em belos cenários, como Marrocos, Mônaco e Nice, e tem na atriz e cantora Vanessa Paradis, a senhora Johnny Depp, sua protagonista feminina.


 'NÃO SE PODE VIVER SEM AMOR'
(Idem)
Brasil, 2010 / Drama
Direção: Jorge Durán
Elenco: Cauã Reymond, Simone Spoladore, Ângelo Antonio.
Crítica: O filme aproxima-se do realismo mágico de Gabriel García Marquez e até de Jorge Amado - em cuja obra coisas fantásticas (no sentido de fantasia) acontecem a pessoas comuns.
É um filme que pede uma mente aberta, distanciamento do realismo estrito com os dois pés fincados no chão. É preciso mergulhar no lirismo e aceitar os estranhamentos do filme com certa naturalidade.
Gabriel (o estreante Victor Navega Mott), ao lado de Roseli (Simone Spoladore, premiada em Gramado no ano passado) sai de uma cidade do interior e vai para o Rio de Janeiro em busca do pai, também chamado Gabriel, que os abandonou.
O garoto é dono de uma imaginação prodigiosa, talvez de poderes sobrenaturais - isso nunca é realmente esclarecido, mas também não é importante porque, como fica claro, "Não se pode viver sem amor" é um filme que está mais próximo do sonho.
No Rio, o professor Pedro (Ângelo Antonio) trabalha no táxi do pai (Rogério Froes). Sua vida se cruza com a de João (Cauã Reymond), jovem sem perspectivas de futuro que eternamente espera passar num concurso público. Apaixonado por uma dançarina, Gilda (Fabiula Nascimento), e sofrendo com a falta de dinheiro, João toma medidas drásticas para conquistar o amor da garota e fugir com ela.
O Rio de Janeiro onde os personagens transitam está longe da Cidade Maravilhosa dos cartões postais. Reconhecemos aqui e ali lugares do centro antigo, mas sempre distantes da badalação das praias ou bairros ricos. 


'REENCONTRANDO A FELICIDADE'
(Rabbit Hole)
EUA, 2010 / Drama
Direção: John Cameron Mitchell
Elenco: Nicole Kidman, Aaron Eckhart, Sandra Oh.
Crítica: Não é fácil conversar com Becca (Nicole Kidman, indicada ao Oscar) e Howie (Aaron Eckhart). Sempre é preciso ter muito tato, pensar duas vezes antes de tocar em algum assunto, fazer mil rodeios e certificar-se de que não vai trazer à tona qualquer lembrança do casal sobre a grande tragédia por que passou há menos de um ano.
Por isso, os primeiros minutos de "Reencontrando a felicidade" são quase um mistério. Os personagens conversam, mas o público percebe que não falam sobre tudo. Há uma artificialidade, um receio.
O título original do filme, "Rabbit Hole", que se traduz como "toca do coelho", faz uma referência clara ao universo de "Alice no País das Maravilhas". Mas também ganha outros sentidos ao longo de "Reencontrando a felicidade".
É necessário um universo paralelo, um mundo de fantasia, para superarmos os nossos traumas, as nossas dores? Ou seja, é preciso escapismo para enfrentar a vida? Quando o filme levanta questões como essa, encontra-se a grande humanidade e beleza que residem em seus personagens, e é quando mais nos identificamos com eles.
Via: G1

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